sexta-feira, 16 de outubro de 2009


No fundo do poço, ninguém fica imune...
Os segundos foram passando, como sempre, nem mais rápidos nem mais calmos, eles andavam sempre na mesma trilha, ora entravam um pouco no parque e sentavam-se em algum banco molhado (nem sentiam suas calças molhadas), ora iam à rua próxima de um poste com uma sombra estranha encostada (talvez algum bêbado perdido). Estavam satisfeitos um com o outro, não perguntaram seus nomes, acho que nem se lembravam de como se chamavam realmente, queriam apenas andar de mãos dadas pelas ruas escuras daquela cidade calma e fria. Tão calma e fria. E os segundos passavam, mas o céu não ficava claro, estava tudo escuro, e as nuvens ainda repousavam sobre suas cabeças. Tudo tão frio, e eles caminhando naquela mesma trilha. Tudo tão escuro para eles que andavam, porém para aquelas famílias, as dos piqueniques, já era hora de chamarem seus filhos para escola, as mães já preparavam o café da manhã e os jornais já apareciam nas portas das casas.

Pessoas falsas
Agem naturalmente
De maneira artificial

Um artifício
Um exercício
Nem tão difícil de entender

Fazer mais uma pose
Tomar mais uma dose
Mostrar mais uma vez os dentes.

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