quinta-feira, 21 de julho de 2011


Um dia ele certificou-se de que se entregara a ela como alguém que se dá aos homens por dinheiro :tanto e sempre. Diante do muito amor negado, chorou, humilhou-se, bebeu demais, prometeu morrer, xingou o mundo. Desejou tragédias, raios, trovões, terremotos à humanidade. Seu drama era a dimensão do Universo.

Na outra manhã, porém, fez-se bonito. Na cidade iluminada de vida, buscou a moça que lhe desse a troca do amor negado: rei morto, rei posto. E dos escombros da existência doída descortinou a luz que não existia ainda. Cambaleante, ressaca entorpecente que mistura dor e fantasia, sonhou ser feliz.

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