quarta-feira, 2 de abril de 2014

Acho difícil falar, por isso escrevo. Não que eu não tenha tentado, Deus sabe que sim. Olha, tô meio em crise. Com tudo, é que eu tô conhecendo mais as pessoas e o mundo e as coisas todas e isso está me assustando tremendamente.
Fico triste ao constatar que as pessoas podem simplesmente se perder. Por quê? Por que não tentam? Por que vão perdendo a inocência e ingenuidade? Antes, viam tudo com olhos infantis, falavam o que dava na cabeça, abraçavam com força seus planos, viajavam em histórias tão puras. Antes, nada era mecânico nem ficava no piloto automático. Antes, não tinham medo do ridículo. Antes, tudo era motivo de comemoração. Antes, mais coisas eram valorizadas. Antes, pequenas coisas eram grandes eventos. Com o tempo, beijos são rápidos, o olho no olho vai saindo de cena, pensam e hesitam antes de pronunciar uma só palavra. Com o tempo, as músicas vão embora, o romance sai de fininho, o que foi tão bonito pega um lencinho e acena pela janela. Com o tempo, amizades podem ser esquecidas. Com o tempo, o amor por todo mundo pode ir ficando desbotado. Com o tempo, o cansaço pula no seu colo. Com o tempo, você pode acabar se sentindo sozinho no meio de uma multidão pulando no Carnaval. E você ali, vendo suor, alegria, confete e se perguntando: tudo isso pra quê? Eu não busco uma pessoa que está nos livros, quero alguém real. Mas o que eu quero, de verdade, é que o alguém real aceite a minha realidade. E ela é essa, se apresenta desse jeito. E não tem intervalos porque o meu coração nunca para.

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