quarta-feira, 10 de março de 2010


Bom mesmo era no Garoto das Flores... A gente chegava ainda claro, antes mesmo do pessoal armar as mesas e as cadeiras na calçada. Inclusive não era raro esperar lugar pra sentar já com um copo numa mão e uma amostra de chipes que cherava a chulé na outra. Para quem não conheceu o lugar, ficam minhas sinceras condolências e uma notícia ruim: o Garoto era o "seu bar". Todo mundo que ia lá pela primeira vez descobria isso rapidamente. Ele funcionava no no Centro. E toda sexta era palco de uma roda de samba sensacional, conjunto que tinha no surdo um negão chamado Branca de Neve. Aliás, o Branca era dono de uma das risadas mais engraçadas e altas que já ouvi na minha vida.
E tudo isso num lugar autêntico. Num bar simples, que não cobrava entrada, nem consumação mínima, que não tinha segurança troglodita de terno na porta, que não servia crepe ou qualquer coisa de salmão. Na parede, em vez de esculturas ou coisinhas "descoladas", pilhas e mais pilhas de caixa de cerveja. Além de uma ou outra flâmula de time de futebol e um daqueles relógios-brinde da Souza Cruz. Tudo cuidadosamente desarrumado.
A noite ia chegando e se perdendo. O bar estava sempre cheio, mas as mesas sempre vazias. Porque não tinha uma pessoa que conseguisse ficar sentada. Era impressionante. E graças a isso vivi várias histórias engraçadas.
"Saudade amor, que saudade!
Que me vira pelo avesso,
que revira meu avesso.
Puseram a faca em meu peito,
mas quem disse que eu te esqueço,
mas quem disse que eu mereço."

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