
Hoje, dia fanho e resfriado. Um gato alojado na garganta, que me acordou na madrugada de tantos sonhos. Há noites em que você assiste a uns 10 filmes nos sonhos, pois hoje foi assim para mim. E eu acho que até sonhava de olhos abertos em alguns momentos, pq chegava a confundir sonho e realidade. Parece coisa de febre, talvez tenha sido. Enfim, houveram sonhos bem bons, outros não tanto. Mas sem problemas, é assim também a vida não é?
Noite de caixa de lenços de papel. Pela manhã, minha mãe perguntou se eu chorei muito de noite... E eu me pergunto: será que estou passando uma energia de quem cai aos prantos atrás da porta?
Tenho, por vezes, a impressão de ser como o solitário canário na gaiola ali no muro do meu quintal. Quando presa, contrariada, canto alto, falo tudo, escondo nada, trago melodias e palavras, mas reclamo a prisão. E agora, livre e solta fico muda, ando calada, um vazio toma a estrada e me perco em meu silêncio.
Enfim. Salada de idéias.
Dias em que pisamos numa pedra e cortamos o pé, batemos com a cabeça, falamos besteira ou deixamos de falar o que devíamos. Dias de palavras truncadas, suspiros ansiosos, inseguranças. Qualquer coisa dessas - a lista seria imensa - faz de nós frágeis e quase despetaladas flores, mesmo que contra nosso desejo. É tão fácil se abater, e esse efeito acaba tomando a força de uma bola de neve.
Dentre as cenas da natureza, essa é uma das que mais me comove. Depois de exibir tenras pétalas coloridas, atrair insetos com seu pólen, e do alto do seu talo exalar um suave perfume, uma flor rapidamente murcha e se vai. A sequência pode parecer comum a nós também, mas com ela acontece de forma tão rápida para o nosso tempo, que faz com que eu me impressione.
A grande vantagem de não sermos literais flores é o fato de podermos nos reerguer. Passada a recaída, conseguimos firmar as pétalas, eriçar o talo, e exalar novamente o perfume.
Viva o amanhã.Ando meio quieta aqui. Ou pelo menos mais silenciosa do que uns tempinhos atrás. Mas nada de errado, apenas menos tempo no computador, mais tempo na vida real. Tem feito bem. E tenho tentado usar melhor o "dom da palavra falada". Não é fácil assim. Mas eu chego lá, prometo. Vou me esforçar, ninguém merece ficar só decifrando a minha expressão. Vai ser honra ao mérito.
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